quarta-feira, 19 de outubro de 2011

NOMES DIVINOS DADOS AO ESPÍRITO SANTO

Por Gilson Barbosa

Para que saibamos quem é o Espírito Santo, vejamos os nomes que lhe foram conferidos:

Espírito de Deus

Este título subentende que o Espírito Santo, em tudo o que faz, executa explicitamente sua divindade. A criação e a preservação do universo, como já vimos, dependeram e dependem da ação do Espírito Santo. A ação do Espírito Santo se deu tanto na esfera física quanto na esfera moral. Os pecadores são convertidos ao evangelho pela atuação do Espírito Santo, como dizem as Escrituras em João 16.8: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”.

Não há dúvidas de que o Espírito é absolutamente divino. Já vimos que os atributos (incomunicáveis) aplicados a Ele abrangem sua onisciência, onipotência, onipresença, eternidade etc. Ele participou da obra da criação, da regeneração e da ressurreição; faz parte da Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo, como lemos na bênção apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” (2Co 13.13), e na grande comissão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

O leitor não deve confundir este nome – “Espírito de Deus” – assim como fazem as Testemunhas de Jeová, que pensam tratar-se de uma força, energia que Jeová envia para criar, auxiliar ou transmitir poder. O Espírito de Deus também não é o próprio Deus Pai, pois se assim dissermos, estaríamos coadunando com o pensamento modalista, em que há o entendimento da Trindade como sendo três processos, ou seja, a manifestação de uma mesma pessoa em épocas diferentes.

O Espírito Santo é distinto do Deus Pai, isto é, não é a mesma pessoa. Ao mesmo tempo em que o Espírito é um com Deus em divindade, Ele é distinto de Deus em sua personalidade, este é o grande mistério da Trindade.

Espírito de adoção

Aqui vale uma pergunta: Será que todos (a humanidade) são filhos de Deus? Vejamos o correto entendimento do conceito de filiação com Deus.

João afirma que somente os que aceitam a Jesus e crêem de fato no seu nome são filhos de Deus: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Para que o pecador faça parte da família divina, ele tem de receber Jesus como Salvador, reconhecer seus pecados e se arrepender de sua velha vida para que, só então, seja chamado de “filho de Deus”. Então, somos aceitos por Deus como filhos adotivos, pois é o Espírito Santo que testifica que somos filhos de Deus. O fato de sermos chamados de filhos adotivos de Deus não implica em desvalorização de nossa relação com Deus: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15; grifo do autor).

Espírito Santo

Os três processos da salvação consistem na justificação, regeneração e santificação, portanto, o próprio nome do Espírito Santo já deixa subentendido que é Ele quem opera a obra da santificação na vida do pecador. A santificação não é um processo legalista, como muitos interpretam, antes, uma separação do sistema iníquo e depravado do mundo, pela qual o pecador passa a viver em plena comunhão com Deus. Esta idéia é tão evidente na vida do cristão que a Bíblia relata o seguinte, concernente às impurezas sexuais: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).

O Espírito da promessa

Podemos dizer que o Espírito Santo é chamado assim porque foi prometido no Antigo Testamento.

Vejamos alguns exemplos que ratificam que o Espírito Santo havia sido prometido: Joel 2.28 vaticina: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”. Ezequiel 36.27 também diz: “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.

Jesus, antes de ascender ao céu, afirmou: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”. Lucas enfatiza o mesmo em duas ocasiões: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8, V. tb. Lc 24.49). Esta promessa se cumpriu no capítulo 2.4 de Atos dos Apóstolos: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.

Espírito de verdade

“O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). Todas as palavras e ensinamentos de Cristo Jesus são revelados plenamente mediante a pessoa do Espírito Santo, isto porque é E1e que fielmente e verdadeiramente representa a pessoa e os ensinos de Jesus.

A Bíblia relata acerca do Espírito Santo: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13; grifo do autor).

O Espírito Santo está interessado que o homem saiba das verdades de Jesus e, para que o homem possa entender o propósito de Cristo, o próprio Espírito Santo interpreta esta verdade. O Espírito Santo não fala de si mesmo, mas de Cristo. A função e o objetivo do Espírito Santo são revelar a Cristo.

Espírito da graça

O único que tem poder para transformar, tocando e sensibilizando o ser humano, é o Espírito da graça: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hb 10.29; grifo do autor). Por isso, tratar o Espírito Santo com indiferença é distanciar-se da graça de Deus, pois Ele permite e dá condições ao homem para que se arrependa de seus pecados. O profeta Zacarias afirmou: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10; grifo do autor).

Espírito de Cristo

O leitor tem de compreender que os nomes do Espírito Santo designam o seu ministério, e nisto não há confusão. Assim como há um só Deus e um só Cristo, assim também há um só Espírito Santo que opera de variadas formas. O texto de 1 Coríntios 12.11 é contundente em dizer que “um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. O Espírito Santo foi enviado para representar a pessoa de Cristo. Ele veio em nome de Cristo: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). No momento em que o ser humano aceita a Jesus Cristo como Salvador, o Espírito é comunicado em sua vida e vem habitar dentro dele, exaltando a Cristo: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.14). As duas pessoas, tanto Cristo como o Espírito Santo, habitam dentro do cristão. Veja:

Cristo habita no crente: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20; grifo do autor).

O Espírito Santo também habita no cristão: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9; grifo do autor).

Consolador

Consolador é um dos nomes mais conhecidos do Espírito Santo. Vejamos o emprego deste nome em alguns versículos.

Certa feita, por causa da anunciação da morte de Cristo, os discípulos se encontravam abatidos, mas o próprio Jesus os animou com as seguintes palavras: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16; grifo do autor).

Por que o Espírito Santo é chamado de outro Consolador? Porque, assim como Jesus estava sempre ao lado de seus discípulos no seu ministério terreno, o Espírito Santo agirá da mesma forma. Jesus disse que, após a sua partida, o Espírito estaria ao lado dos discípulos para os confortar e capacitar para a grande tarefa que fariam. Imagine Paulo e Silas açoitados e aprisionados, mas cantando? Isso ocorreu por intermédio do Consolador, o Espírito Santo.

No grego, a palavra “consolador” é parácléctos, que remete a alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar, principalmente nos processos forenses. O teólogo Myear Pearlmam explica que “era costume nos tribunais antigos as partes aparecerem no tribunal assistidas por um ou mais dos seus amigos mais prestigiosos, que no grego chamavam ‘parácleto’, e em latim, ‘advocatus’. Estes seus amigos compareciam no tribunal, não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e consideração. A vantagem da sua presença pessoal era a ajuda de seus sábios conselhos. Eles orientavam seus amigos quanto ao que deviam dizer e fazer; falavam por eles; representavam-nos, faziam da causa de seus amigos sua própria causa; amparavam-nos nas provas, dificuldades, e perigos da situação”.
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