segunda-feira, 8 de julho de 2013

IDOLATRIA EVANGÉLICA

Por Gilson Barbosa


A grande maioria dos evangélicos entende o termo idolatria apenas em sua definição etimológica, e não em seu conceito teológico. Sendo assim, definem e assimilam a ideia de que a idolatria está relacionada apenas com a adoração de ídolos confeccionados de madeira, gesso, pedra, ou outros materiais. Mas, para que haja coerência no entendimento a respeito deste tema, é necessário ampliar seu sentido e complementar com seu conceito teológico. Conforme os léxicos de teologia qualquer apego excessivo a pessoa, objeto, instituição, ambição, elemento, em detrimento da pessoa de Deus, se constitui idolatria. É preciso que esse conceito seja levado a sério.

Apesar da proibição divina no Antigo Testamento (“Não terás outros deuses diante de mim” – Êxodo 20:3) temos vários casos em que o povo de Deus (Israel) pecou contra o Senhor quando se envolveu em manifestações idólatras. Quem não se lembra do bezerro de ouro, “fabricado” por Arão? (Êxodo 32:1-20).  Substituindo o Deus vivo por uma imagem esculpida o povo cometeu o abominável pecado da idolatria adorando um ídolo na forma de um bezerro de ouro. Transgrediram o segundo mandamento que diz:

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não te encurvarás a elas, nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. (Deuteronômio 5:8-9)

Como “um abismo chama outro abismo” os adoradores do bezerro de ouro se entregaram completamente aos ritos pagãos numa refeição sacramental e danças, que degenerou em libertinagem sexual: “E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantou-se a folgar.” (Êxodo 32:6).  O volume e o ritmo da música produziu no povo um frenesi louco e desenfreado. No versículo 18 Moisés comenta com Josué que ouvia “o alarido dos que cantam” e no versículo 25 há a menção de que “o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se.” Que derrota! Que vergonha para o povo de Deus! Cansados de andar pela fé o povo exigiu um sinal tangível da presença de Deus.

No Novo Testamento os mandamentos vetero-testamentários permanecem vigentes. O apóstolo João em sua primeira carta (5:21) escreveu que os irmãos devem se guardar da idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.” Paulo disse aos coríntios: “Portanto, meus amados, fujam da idolatria”. O conselho paulino reflete a tendência de alguns irmãos que se consideravam “fortes” espiritualmente e de alguma forma não se preocupavam em se alimentarem junto com os gentios num templo pagão. (Leia I Coríntios 10:19, 20; 8:4,10).  

Você pode estar pensando: “Mas qual a relação deste assunto com os evangélicos atuais?”. É que está acontecendo entre “o povo de Deus” uma adoração idolátrica sorrateira, subliminar, disfarçada. Os ídolos atuais e a idolatria moderna possuem outro formato, mas seu poder de destruição é o mesmo que levou o povo de Israel ao cativeiro. Algumas atitudes idolátricas que percebemos hoje: o amor ao dinheiro (Mamom); o endeusamento do ego (autolatria); os pecados sexuais, tais como pornografia, fantasias sexuais, infidelidade conjugal, diversões carnais (Baal Peor – Êxodo 25:1); crentes que confiam nos signos do zodíaco (astrologia); os que cultuam e adoram os anjos (Angelolatria); o culto do e com entretenimento (o bezerro de ouro); os desleixos moral, social e principalmente espiritual com a educação dos nossos filhos (deus Moloque).        

São muitos que se empenham em tirar Deus do trono e se esforçam por sentar em seu lugar. Muitos têm ignorado e até mesmo questionado a soberania de Deus. Outros têm zombado dos santos mandamentos do Senhor e ensinado seus “próprios mandamentos” como se fossem melhores e mais corretos. E ainda outros falam pelos dois cantos da boca – de um lado falam como profetas, do outro defendem e pregam veementemente a malfadada teologia da prosperidade e o triunfalismo evangélico.

Eu não sei onde tudo isso “vai dar”. O povo de Israel foi parar no cativeiro!!! Quem vai parar esses “santos” doidos? Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1 João 1:8-9).    

Em Cristo,     
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