sábado, 15 de fevereiro de 2014

COMO A IGREJA DEVE TRATAR OS "ANORMAIS"

Por Gilson Barbosa


Maria José Cristerna, mais conhecida como a "Mulher Vampira"


Circula na internet várias imagens – algumas aberrantes – com uma pergunta: “Sua igreja está preparada para me receber?”. A pergunta busca não o preparo psicológico ou mental para receber uma visita numa igreja evangélica, mas entre outras coisas tem por objetivo a manutenção do comportamento e procedimento da pessoa no rol da igreja. Como a igreja deve tratar esse assunto?

A cultura e/ou a evolução dos costumes não podem explicar adequadamente a realidade sobre a condição humana. A Bíblia, porém, pode. Michael Horton em As Doutrinas Maravilhosa da Graça (Ed: Cultura Cristã, p. 48) afirma que a queda da humanidade, no Éden, afeta cada área da vida humana: “A mancha do pecado nos corrompe física, emocional, psicológica, mental, moral, e espiritualmente”. Não é difícil entender que o ser humano na ânsia por sua autonomia tornou-se intensamente prisioneiro e escravo da sua própria liberdade (ou dos seus desejos).

A pergunta que acompanha a imagem acima apresenta algumas questões tais como: falácia, provocação, ignorância, imaturidade, e desafio. Na filosofia falácia é um argumento capcioso que induz a erro. O erro aqui é a Igreja ser absorvida pelo sentimentalismo, emoções romantizadas, subjetivismo, arbitrariedades, e não valorizar seus fundamentos. A provocação pode vir de grupos evangélicos com ideologia inclusivista. A ignorância e imaturidade procedem de velhos ou novos crentes que desconhecem os fundamentos hermenêuticos quanto aos princípios que podem ser aplicado a questão abordada na imagem. O desafio refere-se às implicações que pessoas com a da imagem traz para a igreja cristã.

Nas redes sociais trafega a história real da mexicana Maria José Cristerna que exibe seu visual tatuado e suas modificações corporais. Além do corpo extensamente tatuado ela tirou costelas para diminuir o tamanho da cintura e implantou chifres de titânio em seu crânio. Segundo ela o que a motivou fazer todas as modificações do seu corpo foi o fato de sofrer violência doméstica de seu marido por dez anos. Sinceramente, não consigo ver coerência na relação entre violência domestica e aberrações corporais.

Creio na salvação e libertação do ser humano como um todo só. Seu ser integral é salvo e liberto. Em muitas igrejas as mensagens evangelísticas são oferecidas apenas a alma/espírito – ou seja, a parte imaterial do ser humano. Por isso o modelo de igreja inclusivista hoje em dia é um sucesso (igreja para homossexual, surfista, roqueiros, etc...). Pecadores não regenerados não são simplesmente pessoas imperfeitas. Eles precisam ser lavados, santificados e justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito de nosso Deus (I Coríntios 6.11).  

Quando o Espírito Santo sensibiliza o pecador dos múltiplos males do seu pecado, o Senhor gera o arrependimento e a fé no coração do pecador, e finalmente ele é verdadeiramente salvo e liberto (Ezequiel 36.31; Atos 11.18) da sua antiga maneira de viver. O apóstolo Paulo afirmou que os irmãos efésios estavam nessa condição anteriormente (2.1,2):

Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.

Um pecador verdadeiramente alcançado pelo poder do evangelho (Romanos 1.16) não permanece corrompido pelas concupiscências do engano (Efésios 4.22) e não andam mais como os outros gentios, na vaidade de sua mente nem entenebrecidos no entendimento (Efésios 4. 17), mas sua mente é renovada no espírito e o mandamento do Senhor é que seja revestido do novo homem (a natureza original antes da queda – Efésios 4.24).

Arrancar costelas, colocar chifres, ter a língua cortada como das serpentes, deformar o corpo, pintar os olhos de preto, não é algo que agrada ou glorifica ao Senhor. Não devemos ser intolerantes nem discriminar as pessoas que se dão a aberrações ou as que possuem gostos inusitados, nem expulsá-las da igreja caso recebamos sua visita, porém admitir que elas mantenham antigos hábitos não parece nada com o amor de Cristo. Aliás, amor e verdade andam juntos, e às vezes aceitar a manutenção das antigas práticas pecaminosas de uma determinada pessoa pode não ser sinônimo de tolerância, mas de descaso e falta de amor pelos perdidos.   

No amor de Cristo,


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